É necessário tempo para aprender a olhar. Na minha pintura além das tintas convencionais uso outros materiais como parte do meu espaço pictórico. Os mais utilizados são colas, papéis, chapa de alumínio, de cobre, latão, placas de acrílico, barbantes e fios de metal. Há um dialogo entre os materiais metal e acrílico com as propriedades reflexo, opacidade e transparência. Este dialogo coexiste num mesmo tempo e espaço .
Durante os meus processos de criação surgem alguns questionamentos .
Como olhar atentamente ? Como descobrir a sutileza dos objetos que surgem?
Como desacelerar o meu olhar? Como encontrar a pausa?
Como perpetuar tempo ?
Como observar o objeto temporário?
Observo que durante o meu pintar surge com a pintura , novos componentes paralelos à pintura que na maioria das vezes desempenham papel de coadjuvante da pintura principal, mas num determinando instante estes componentes podem adquirir o papel principal invertendo a situação. Aquilo que parecia um adjetivo vira um substantivo. Neste ponto é necessário que eu esteja com aceleração baixa ou praticamente zero. Então poderei ver novas pinturas surgindo ao meu redor. É necessário que o tempo se perpetue, se esgarce para que não só eu as veja.
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